Nas aulas

Eu ia numa linha de estudo da Filosofia que uma hora me levaria prà Alemanha

Depois da licenciatura cursei a pós-graduação lato sensu História da Filosofia Moderna e Contemporânea

Aí me matriculei no mestrado e comecei a fazer o curso.

Numa das aulas iniciais a que eu fui a professora estava

Falando sem parar sobre a fraqueza de Nietzsche

O qual na visão míope dela seria um cara frágil

Que não teve sucesso nas várias áreas valorizadas

Pelas pessoas porque que era tímido baixo fraco

Falava de uma maneira suave

E ainda por cima ele

Queria casar com mulheres que o rejeitavam

Então pra essa brilhante defensora da tolice

Conceitos nietzscheanos como genealogia das forças, vontade de potência, super-homem, ativo e reativo

Seriam arroubos conceituais compensatórios, simples formas simbólicas de tentar compensar

Suas fraquezas e fracassos.

Que coisa brilhante: baixar bem o nível do entendimento dos textos e das ideias

Pra fazer o próprio pensamento do cara ser o mais torpe exemplo

Daquilo que ele está denunciando e ensina a ultrapassar.

Esse ultrapassamento é o significado de super-homem,

Coisa simples e difícil, mas porque as pessoas estão viciadas

Em vícios, apenas por isso.

E eu falei que a aula que ela estava dando era tudo isso que estou falando aqui

E ela quase gritou que ela não podia estar errada pois estava usando o texto da fulana de tal.

Argumento ad hominem, ou, no caso, ad mulierem:

Ao invés de argumentar logicamente, apela-se pra alguma característica da pessoa;

No caso, uma suposta autoridade acadêmica ou algum tipo de sucesso de vendas

Ou das ventas.

E eu falei: se gente muito mais inteligente e mais forte fala bobagem,

Por que a fulana de tal não pode estar dizendo besteira?

Foi por isso que não fiz o mestrado em Filosofia,

Os professores a partir de então

Não me queriam,

Nem eu os queria,

Nas aulas