O figurante

Há duas maneiras pra compreender isso

Dar-se ao trabalho de aprender a ler em francês

E estudar os dois volumes:

Technique et langage

E La mémoire et les rythmes

Que compõem a obra

Le Geste et la Parole

Escrita por André Loroi-Gourhan:

Essa é uma;

A segunda é botar a mão na massa

Do pão ou da plantação, da construção da casa

Ou da fabricação do livro,

Desde a extração da madeira

Passando pela polpa a celulose e o papel

Até a produção dos volumes impressos;

E ainda algum trabalho manual que você

Possa sugerir;

Essa ação em algum nível com certeza

Te permitirá compreender

O que os cientistas não param mais de contar

Em verso e prosa aos quatro cantos ou ventos

Pintando o sete e os números

Inteiros reais racionais

E alguns mais

Porque eles obtêm provas de que

Nosso universo possui um limite

Quase esférico e fora dessa fera

Não se pode falar em nada

E ainda por cima eles agora

No nosso século têm provas

De que outro universo colidiu

Com o nosso universo

Talvez

Mas a borda foi detectada

E essa marca da colisão foi encontrada

Nos mapas do fundo de microondas cósmicas

Trata-se do super vazio de Eridano

Com um bilhão de anos luz de largura;

Um caminho alternativo é o do Carlos Aranha

Você sabe, tudo que os cientistas descobrem

E nos mostram embasbacados

Como brilhantes koans ou paradoxos

Que se desdobram

Já é ensinado pelos toltecas

Com outras palavras

E o mesmo grau de entendimento estupefato

Mas que parecem aludir aos mesmos fatos;

O seu amigo e professor Clement Meighan

Pediu que ele o ajudasse como ator figurante

Num filme acadêmico mostrando

A pintura neolíticas dos índios nas rochas

E filmou as mãos de Carlos pintando

Quando ele era mais um escultor

Que um estudante