quinta-feira, 30 de maio de 2024

Quod erat demonstrandum

Tolos podem ser famosos e respeitados
Isso não faz sua tolice menos tola, p. ex.,
Supor que a Grande Obra seja um mito
Ou que seja metáfora seja lá do que for,
Ou uma leitura psicológica da Obra.
Todavia, o que ela é, então?
Lembrando sempre que falo sem metáforas:
Um grão, a semeadura, o germinar,
Crescer, desenvolver, florir, desabrochar,
Dar frutos, e depois colher os frutos.
Bem, você pode responder, isso é o trabalho
Daquele que cuida de uma horta, um sítio,
Uma fazenda. Ou se trata de metáfora
Ou de referência comum à agricultura.
Sim, à Agricultura Celeste.
Outra não metáfora: a viagem.
Navegar pelo mar, subir montanhas,
Caminhar por estradas e trilhas,
Até chegar num lugar com o qual sempre
Você sonhou, e você conquistou
Com o seu caminhar.
De novo, dirá você, isso é metáfora.
Entenda que o ser que há em nós
Nos tem como atores da sua experiência,
E esse ser, que é como uma criança,
Tem que aprender, ler, reler, orar,
Ralar, rolar, trabalhar e viajar;
E depois plantar o seu próprio ser
Na sua vivência, com a sua vidência,
Até que ele mesmo nasça de novo,
Seja um ser renascido,
Que é o mesmo e é outro, que é duplo
E ligado com tudo, de um modo
Que antes nem sequer fazia sentido.
Agora tudo faz sentido.
A matéria é real, o ovo é real,
O forno é real, o trabalho é real,
Assim como é real
A Pedra Filosofal.
Tudo começa com desejar
E construir o forno (real)
Que se chama Atanor;
Como se queria demonstrar.

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